terça-feira, 18 de agosto de 2020

Agosto e as chuvas

É um rufião

e se inaugura soproso,

com açoites se esfarfalha todo,

mode o povim-povim saber sua fúria,

seu reinado de tufões e poeira.

A secura vai ancha nas campinas,

estrepitando e deitando o erval.

o capim nédio vai derriçando

obediente ao seus caprichos.

Sua têmpera  de mulher rixosa,

não descansa no negrume da noite.

Ameaça com chuvaral, mas é embusteiro,

quer ver  o crepitar, o desterro.

Há quem se lambuze em seus arroubos

e até faça gosto em suas mungangas.

Sou destes que apreceia o desgosto,

a loucura de cães e os arabescos

que ele desalinha na anchura do mundo.

Agosto é pra quem tem partes co'um!

(nome de nem se desdizer que é ruim)

Com gravetos e besouros,

com a lagartixa quando espia

solerte, mas como quem morre.

Destarte vou criando raízes

e esporões do azedume de agosto.

-Êta que évem chuva sô!

-Né pouca não, ta percisano!