Uma gota da chuva de im antes
translúcida, prestes a desabar
no abissal espaço entre a folha e o chão,
pulsa levemente, sabendo-se o último
vestígio chuvaroso da noite alumiada.
No em baixo, formigava a saúva laboriosa,
com suas trempes e alforje de ínfimas coisas,
seguindo na highway d’ontes, célere.
O ventoso, contido em sua fúria noturna
de espalhar folhas e gravetos, aluía,
bafejavando seu hálito refrescoso e cálido.
Mínimas jataís, voa em torno assuntando.
Sim, jataí é bichinho cestroso, que espera,
sem alvoroçar como a caga-fogo.
Enfim segue seu destino desaboso e cai.
A saúva tomba com o impacto da gota,
que se espatifa num aluvião molhoso.
Caos! Milhares de gotículas explodem
aquosas, iluminadas pelas réstias.
Em cima, nuvens fogem, abrindo a janela
do azulamento festivo da infinitude,
no éter profundo, onde o pensamento
não alcança, lá, na negrura da escuridão
onde o fiat lux se deu,
onde ecoam explosões infindas de fogo e gelo,
onde cá embaixo o zoio d’homem carcula,
enrolando seu fumo de ilusão e medo.
Lá, nas bordas do infinito, um olho vê
o pensamento desfazer-se como a névoa,
na bolinha azulada, morada de formigas,
que seguem seu caminho de ajuntar sempre.