Coisou o tempo em seu regaço,
um desalinho mansoso que foi crescendo.
Dezembrava e o festivo aborrece por modo.
-Causo que desde sempre é o mesmo,
prosa igual, tardejar noite na rua
e os tiros. -Eh gente carniça.
-Por isso não tem cachorro cristão.
Eis vão à igreja mode silêncio e gente.
Deita as fuças sobre as patas,
solene, quieta o rabo e escuta.
-Diz o povaréu que balançar o rabo
desde im sempre foi pecado mortal na sé.
A cantoria faz alerta o penitente.
(Quando eis canta, logo enchem a pança).
Peru, galinha e todo bicho que avoa...
Cá no mato é a mesma norma sempre,
dormir cedo e madrugar o mate,
vestir a farda dantonte, assuntar o vento
e escutar o guagajar na matinha...
-Chuvarou bem nestempo,
João-de-barro atrasou a obra.
Já tem nuvem arruaçando no longe
e o dia foi e voltou tal e qual...