Sinto falta dos grilos,
da vermelhura negra de joaninhas.
Onde estão as borboletas?
Não avuam mais as mariposas?
O povinho miúdo esquivou-se
e as noites são limpas.
Só o chorume mole do metal,
aquele moto contínuo de engrenagens,
luzes onde devia alumiar a lua,
ou simples negrura...
Capiaus são almas binárias,
não sabem mais o canto da Gia
e pererecas são E.Ts assombrados.
Quando eu meninava no eito do mundo
na longínqua Rondônia,
onde o sete-pernas campeava suas botas,
eu sabia de cor o tau-tau do sapo martelo.
No de manhã, o tisiu assuntava toco
no seu canto-pulo, e azulava no mundo.
Esse mundo roto, mundo de aço,
mundo de gentes curvadas sobre o santo totem da luz que encandeia,
como a sucuri quando ensaia abraço.
Nesse mundo oco não cabem mais vaga-lumes nem cigarras encantando paus.
Centopéias e Marias-fedidas secaram,
inté gambá virou assombro...
Quedê o bate-bate do grilinho marrom?
O louva-Deus é finado?
Tem base um trem desse?
Tem não sô, por mode que é tudo lógico,
tudo não faz conta nesse mundo outro.
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