quinta-feira, 13 de maio de 2010

A casa

Há! Se eu pudesse pintá-la
Dar-lhe uma massa corrida
lavar-lhe, abrir-lhe as janelas
Dessa casa, escancará-la..

Tiraria as velhas teias
Por-lhe-ia nova fachada
Fecharia as brechas
Estancaria nela as águas.

Essa casa minha não é
Nem casa de fato
Casa torta, caiada
Casa que se fez sozinha

Casa sem construtores
Casa deformada pelo tempo
Casa rota, velha, empoeirada
Rotunda casa quebrada.

Se pudesse repintava
Dava-lhe novos ares
Mobiliava, encerava
Abria a porta da sala.

Iluminaria os porões
Da casa mal assombrada
Exorcizava, varria, limpava.
Aquela que chamo de casa.

Naquela rua deserta
Onde habitava a casa
Plantava uma árvore
Punha uma cerca baixa.

Novas caras na casa
Iam animá-la, decorá-la
Adornos de nomes e vozes
Pendurava na sacada.

Varandas francas e claras
Abertas só para os de casa
Os amigos, os filhos
Gerados naquela cama.

Portas, batentes e pisos
Punha novos na casa
Para adornar sua cara
Sem rima, sem metrificá-la.

Aquela que chamo de mundo
Aquela que chamo de casa
Que esta dentro e em cima
A casa que é minha alma.

Um comentário:

  1. Faz-se necessário ser patético, o tal de ser "poeta", arte das inutilidades e isso é tarefa para poucos. Deus resolveu dar várias aptidões ao Edson, incluindo a besteira crônica que o faz se apoderar do universo das palavras. Valeu, primo, seu blog é um sucesso!

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