sexta-feira, 14 de maio de 2010

Politereftalato de etileno

É rasa a minha alma
É baixa, inaudível
Efêmera como o capim.
Mas ela se quer durável
Como o plástico.
Circunstante e volúvel
Está presa em teias
Que ela mesma teceu
Não as teceu para si
Mas na teia se achou.
Se perdeu, se esqueceu.
Todo torpor ela quer
Nada de sol, de clareza
Nenhuma certeza.
Ela miseravelmente
Se apegou a lugares,
Nomes, pessoas, memórias.
Coisas que se inventou.
Ela mesma pensa e aquiesce.
Ela nunca se acaba.
Escreve para si mesma
Endereça cartas à sua casa.
Longas cartas sem letras.
Vou pedir-lhe novamente
Educadamente vou
-Minha alma, me deixe.
Vá embora, por favor!

Um comentário:

  1. Fiquei apaixonada pelas suas palavras...
    Palavras que me dão consolo na minha louca aflição.
    Obrigada por ser meu grande amigo mesmo sem me conhecer direito...
    Obrigada por compartilhar conforto e sinceridade.
    de sua mais nova velha amiga, Fernanda Veras Rodrigues

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