Buriti taludo foi pro Brejo,
sentou praça,
fincou as unhas na lama,
Buriti ficou manso.
Teceu folhagens de um verde duro,
botou cachos.
Buriti fez-se figurão.
Em seu manto de raízes,
abrigou trairinhas, carás,
e a joaninha de boca de suvela.
Buriti aprecia os beliscões do tambiú.
Brejo denso escuro de mistérios
pra olho de menino, sua casa.
Buriti empacou sem medo de poda.
Impôs-se certo ar de patrão,
estalando vez em quando seu corpo roliço.
Esbanjando força e rigidez,
Buriti tem lentos espasmos musculares
quando vêm os empurrões do vento
que enchem a água de minúsculas ondas.
Buriti administra tudo.
Até a nobilíssima e frágil embauba curva-se.
Buriti agora é Rei.
Rei do Brejo.
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