segunda-feira, 18 de abril de 2016

Cumbaru

O Cumbaru quando empoema, põe cachos;
Castanhoso, sua gravidez é florada.
Em seu corpo cascaroso emprega formigas,
que oficiam na guarda da castanha nascente,
embalada em concha hermética.
Rígido, não se assanha ao vento moço
quando sacode sua cabeleira folhosa.

Em setembro se despe vagaroso
até que um verde terroso lhe pinte a choupa,
anunciando florezinhas esverdejantes.

É outono, em suas raízes o capim brilha serenoso,
abrindo grilos festeiros que se banham
(Tenho olho para miudezas em geral).

Serventia para mourões e esteios,
só seca com mijo de moça virgem
-Alendeia o povo, não ponho valência!
(O Vardi cismando pau oco).

A garça morena, o João de barro, bem-te-vi,
todo o povo rasteiro évem ver
sua sisudez: Compostura de pau.
Costuram seu canto amarelo à sombra,
em raleando o sol começa a pantomia.
-Jão de barro divurga o tempo da chuva!
-No deconforme do ano muda a porta.

Cumbaru balança os braços avisando a hora,


no derriçar do capim vê-se o caminho  se abrindo,
um cheiro de café acena a volta...

(Colhido em uma conversa com o Vardi)

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