Sou inimigo de rimas
Como sou de cismas,
Mesmo assim peguei meu cinzel,
Meu martelo e minha crina
Para escrever um poema
Que seja visto de cima.
Desci ao vale da morte
Ao norte, onde pedra é rima,
Onde a palavra estanque
Me arranque desta Turmalina.
Onde a métrica é passaporte
E é torpe tudo que se ensina.
Medra no perau profundo
A má sorte, que destarte,
É a minha talinga fina.
O casuísmo é o consorte
A régua é a minha asa,
Minha casa, minha sina.
Perdi-me em seus estames
Sedimentei-me em água de mina
Perdoem-me os poetas
Pois não sou um esteta
Aquiescer é o que me resta
Não presta a minha rima.
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