segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Aguaral

Buriti se apegou à pedra 

com esperanças de raiz

porque dela merejava no limbo.

Oco de pau sorriu-se moco,

na trilha d’anta fiotada.

(É perciso ser reto em fala torta do povo)

Tudo buburinhou na manhã 

de nuvens parcas veraneiras

e aquele ventinho ventoso,

que envinha-vinha na copa baixa.

Tenho cisma de grotão

onde o capim navalheia.

Chupim e o passopreto

no entorno do brejinho mode gole,

assuntando água e cisma alerta,

dão conta de chuva chuventa

que évem vem-vem rala, molhadeira.

É dezembro e o mundo range

de alegrias ensaiadas, antigas.

Deferençou nada no ermo:

Musco ogrou sua beleza,

imbaúba viçou viçosa...

Tudo segue seu ritmo tatibitate.

Gorgojeios, zumbidos, estalos.

Tiziu cantou seu canto-pulo

para o buriti teimoso no rego.

Piripimpim d’água rala vazou

mundo adentro, vida veloz e sempre.

-É tarde tardejando! Hora da boia no rancho…

Nenhum comentário:

Postar um comentário