terça-feira, 13 de agosto de 2024

Dia e noite...

 Sou home de posses ocas

Trago no regaço, perfídias

E tenho por tesouro um afago

Que de tão vago, não sei se vivo.

 

Dolo e desdém me amparam

Na secura de gente que passa

Não escutam nem ouvem, cala

Minha alma rala, em desalinho.

 

Tosco, meu canto roto

Ensimesmado e tartamudo

Não sabe donde vem seu eco

Pois quando rezo peco, Quasimodo.

 

Penedos e desertos argui

Por saber o que se deu no céu

No dia em que fui nascido,

Destarte envilecido, adormeci.

 

Mas o tempo sempre renova

Esperanças e alegrias findas

Em algibeiras de estrelas

Quando findam querelas, amanheci.

 

Vindos dias e noites tais

Quais são de lá e daqui

Onde o terror da morte

De outro modo sorte, quando partir.

 

 

 

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