Um poeta é um cabra desocupado
Veve de desinventar termos e desocupar palavras...
-Hum! Só enfiando bufa em cordão!
Que de comer não se ganha com escrevinhatura,
gavando beleza em toco e cor de cavalo...
Que preço vale um palavrório?
Quantos quilates tem gatunhar o osco?
Cara pra cima, como se o éter fosse ofício,
evocando voz em formiga e casca de pau.
Tem tanto eito pra capinar, tanta indústria,
tanta encargo de gente que cresce o mundo...
-Sujeito enfiado em pensamento e ócio à toa!
-É nisto que o mundo vem gira-girando!
Em se labutar o ouro e o pão, o viver vivido.
Não em fuleiragem de rima e toleima!
Não se vê ele em expediente de labor,
ajustar cognatos é coisa de somenos.
Não tem tenências em realidades;
Nem constrói, nem descontrói;
É pelego e gosta de louvores d’obra.
Toldado em seu mundico restungo,
Voicera fala de inseto e canto d’água.
-Eu por mim, de minha lavra
ponhava tudo era em serviço
Que é coisa de homem homem...
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