segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Frio de Agosto

Deu-se no eito

que um saruê correu

com as crias, feito timbetê

agatunhadas no pelo peloso.

 

Frio evinha friando grosso,

selecionando o povo besta

que enoita fazendo fusca,

gravanhando lixo e latomia.

 

-Inté cachorro silenceia

e a motorama nao grunjeia ronco.

-Q’ié só gentelha que da papoco

achando boniteza em feiura feia.

 

Tardejava a madrugada findante

e um vento fustigoso amainava,

mode que o sol já luzmeiava

réstias de ouro no capim palha.

 

Era agosto anunciando sua ira

de menino malino, fosquejando.

as ventas abertas, olhar fino

espalhando bosta de baiano…

 

Eita curruera de pó que sobe

e a chuva presa feito piriri…

Agosto é voz de cachorro,

de ovo gôro mode cuidado.

 

-Tem destempero e feiúra nestrem!

Mas o mundo se enche de cores

e do vicejo que vem brotunhando

pra inaugurar setembro bocejando já!


Nenhum comentário:

Postar um comentário