quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A Bataia do Vardi

A geada debruçou-se sobre o pasto
e o capim derriçou espanto adormecido.
A vista deferençou, houve tumulto em baixo,
mas a folha seca é vitamina de carrapato.
Em meio a sisudez do derrubado, correria:
Esperança já deu mostras verdes no choupo
e a romanzinha está prenhe de renovo.
Nem Renoir viu a florzinha branca do cerrado.
Ela évem toda boruscada de teimosia.
Renitente como a perobinha encascada,
não teme estio nem varagem : Embola.
No estorvo da palhagem vem um viço
que empurra a mortandade dontontem,
e a vacada vai remoendo o restolho
até a gordura do catingueiro brotar.
Ninguém põe ordem nos costados
aquela arrumação é o vento quem faz.
Vem derreando o mato por riba
até o tinguá se deita mode ordenar.
Os arabescos vão surgindo no desvão
e os tons quem dá, é a soleima do dia.
À noite um miudo chapinar se olvida,
é grilo que grila, é gia que gia.
Pro ano vem patuscada de estio
vem fogo, vem gelo.
Vem de um tudo em força e poder.
lá na bataia, onde o Vardi amoita,
a vida se desbasta de explicar
com palavras de boca de livro.
É assim só.

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