segunda-feira, 16 de maio de 2011

Porto Seguro.

Quando as ondas quebram furiosas
sobre nossos desejos, lá no fundo
quarto de aventura, sofreguidão e espanto.
Quando as emoções espumejam
em revoltosas e intempestivas águas.
Quando subjugados pelo perfume da incerteza
preferimos mil vezes o impulso, o quiçá
ao murmúrio doce do riacho que corta os vales.
Quando não tememos o estertor de noites sombrias,
quando o furor da voz de mares abissais
nos parecem tão familiares.
Quando as naus se quebram sob as rochas
e congelamos a espera de socorro que nunca vem,
então é hora de deixar ir, de soltar amarras.
Velejar sob o sol de águas azuis,
Caminhar descalço sobre areias brancas
em terra firme, em campos conhecidos.
Sorver devagar as fontes claras que gotejam
Sob a sombra do serrado de flores amarelas.
Ouvir o nome sendo chamado em tons suaves,
enquanto se cozinha num dia comum,
numa vida comum,
para um amor comum...
Navegar é para os tolos, para os poetas.
Para piratas e capitães indômitos.
...
Estou para o chão, casa de varandas amplas,
pequena horta no fundo do quintal.
Domingo de lareiras, chá e livros antigos.
Fumaça de chimarão partilhado subindo.
Conversa a toa,
A vida besta das Itabiras...

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