terça-feira, 10 de maio de 2011

Trieiros

Há tantas sendas incertas
para se chegar aos cardinais
traçados na matriz.
Ao sermos ejetados
não nos dão um mapa da vida
e as rotas traçadas para ontem,
não nos conduzem ao hoje.
Vagamos indolentes, por velhos trieiros de trapiches.
Veredas de areias e capins temporais
sulcados pelas rodas dos tempos,
por caminheiros que não conhecemos.
Não temos timão, leme, GPS ou volantes nessa Nau.
Erramos como vaga-lumes caolhos,
como formigas aladas
(que pela quantidade esperam chegar ao destino)
nos círculos do senhor tempo.
Descaminhos incertos de Bernardos
Que se cruzam a margem do trilho eterno.
Seguimos.
Sem a orientação de cupins à casa nova,
Ou o passo trôpego, mas certeiro
de um besouro cego.
Também cegados pela luz,
Tateamos na escuridão
de nossos próprios destinos.
Ora sabemos, ora perdemos.
Mas aquele olho de homem esta lá.
Segue-nos interessado em nossa lida.
Constrói-nos pequenas pontes, abre valas,
Novos trieiros em meio às pedras
de nossos devaneios.
Da pra sentir seu hálito enquanto vagamos,
Sob nossa carapaça efêmera.

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