terça-feira, 5 de abril de 2011

Ideias...

As ideias sumiram
acho que mudaram de casa,
de bairro,
talvez até de cidade.
Da minha cadeira de balanço,
na ampla varanda do meu ócio,
não as vejo mais rondando por ai.
Suas filhas menores
aquelas idéias infantis (as melhores)
não fazem mais algazarra
ficou um silêncio só.
-Sabe como é um lugar sem crianças!
Tudo fica sem graça.
Vez em quando eu ouço ate um burburinho
quando olho já não vejo ninguém.
Só ouço o barulho do vento de outono
sobre algumas folhas mortas...
Ouço a grama crescendo,
vejo insetos pululando sob o mato rasteiro.
A casa onde as ideias moravam
está um abandono só.
A tinta descascando das velhas paredes de madeira,
uma teia recentemente tecida aguarda sua presa...
Deve começar a esfriar logo,
mas de resto só o silêncio,
um profundo e lúgubre silêncio
na casa ao lado
onde moravam as quase invisíveis
ideias.

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