segunda-feira, 25 de abril de 2011

Minhas posses.

O que eu tenho?
O que é meu de fato?
Que posses tenho em minhas mãos?
Nadas.
Tenho nadas.
Sou um sem religião,
sem time de futebol,
ou qualquer outra porcaria.
Meu endereço é temporário.
Sou possuidor de nadas.
De nada posso dizer:
È meu!
Meu fígado, meus rins,
meu desejo não é meu!
Seguem todos a revelia de meus mandos.
Meus são o pesar, a dúvida
e o medo de altura...
meu carro, minha casa
são mais ou menos meus.
De tudo que eu tenho
Efêmeros são
e nada posso levar.
Serei depositado numa caixa que não fiz,
numa cova que não cavei.
Nada tenho
e nada do que fiz é meu.
Não posso derramar minha vida
nem tomá-la de volta.
Não posso fazê-la honrada,
feliz, triste ou grande.
Porque nada tenho.
E tudo o que tenho não é meu.

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