quarta-feira, 14 de maio de 2014

As palavras

Diz o povo temente que quando Deus desceu
a ver a torre nascente que se engenhava no rumo do céu,
teve uma ideia torta qual que nem guri quando intenta.
Deixou o divino afazer e foi espiá por detras duma urtiga.
Desdigo que era uma ruma de corno estreando em chifre.
Diz a letra que partiu a fala da turma em dois mundo.
Os estranja de tudo que é categoria e o brasileiro nosso;
Esse nosso que o povo fala diverso, corrido e estudado.
Eu cá de minha lavra só sei uns ditos e uns garranchos.
Dos estranjas tem uns com parecência nossa que já escutei
mas no demais é um engruvinhado que embola a língua.
Seu Shizume fala um falar que parece briga feia,
mas diz o povo que é o modelo dele mesmo sempre.
Deu no radio umas modas emboladas lá deles,
mas eu cá gosto mais do cantar nosso que entoa.
Isso tudo é o que o povo diz, mas eu arretenho dúvida,
porque careço de leitura. Mas na tabuada eu avanço
que não me deixo enganar por palavrórios bestas.
Tenho cá na cabeça o nome de tudo que diviso.
Cor de cavalo, nome de pau e o decomer variado.
Todo tipo de assombração e as palavras pesadas
que só uso quando dou alguma topada em toco.
No demais quem fala muito da bom dia a cavalo,
bicho que entende tudo que se diz mas só roi remoe...
Porque se cavalo falasse ninguém lhe punha cela.

Digo.

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