segunda-feira, 12 de maio de 2014

O valor de cada um

Talqualmente o outono quando évem
traz de solapa um respingo de aconchego
enoitando mais cedo o céu púmbleo
e perspegando o mate na língua d'almas.
A chuva fica encangaçada no oitão do mundo
fazendo a tarde ser denoite no relógio do galo.
O povinho temente a Deus, no enroda do fogão
desce a porva do lombo do gunverno ladrão.
Entre uma cuiada e outro, gavam um vereador bão de mais
que inté dá carona pra quem vai pros lado do corgo.
Mormente o surrupio do nosso "Eis roba mais faz!"
Sentencia o Vardi enquanto lava os terém do mate.
Cá no canto, compadre assente com um: "Hum hum".
A latomia do brejo vai deitando na brenha baixa
mas coruja já botou os óculos pra ler a noite,
que no calar das vozes, bicho sabido assunta
mode garantir o seu bocado, tirado dos menosvalia,
como os sapos e as pererecas lambisgoias,
ocupados que estão em ensaiar o coro de chuva.
O mate quentou e requentou a noite começante.
No farnesim da prosa, o Vardi alembrou causos e feitas.
-No tempo do finado fulano e sicrano tinha esteio
Que os homi era tudo rico, nem carecia roubar!
O deputado tal e tal era simpres, falava com todos.
-Numa feita me arrumou inté uns remédio pra muié!
Agora ta virado no setenta. Uma ingrisia só.
Tamanduá vem na cerca furmigar um cheiro.
A prosa pegou o rumo dos queixadas no São Bento,
resvalaou num causo de corno arrecem inaugurado,
um guaipeca maiado que a sucuri comeu no varjão...
Amiuduou, chegando mesmo à total circunspecção.
Tibungou no sobroso do almoço já virando em janta.
Amanhã o garrão tem que tá pronto pro batido.
-Gunverno não dá camisa pra ninguém não.

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