segunda-feira, 12 de maio de 2014

Mula velha...

A vida vai ficando mais conforme na muda do pêlo.
Quando as cãs vão merejando a carapina
o dorso vai acatando as ordenanças dos calejos
e a vida vai escorrendo pelo vagar do atinamento.
Um certo desleixo com ofensas e obstinações
se traduzem sob o esgar de um esquecimento voluntário.
Barda e muita desquerência pelos novos inventantados.
Acontecências que desregulam o corrido já sulcado,
são um incomodamento a mais sem precisão de ser.
Em sendo, é olhar por riba do eito e cuspir cumprido
pra espantar as formigas que festejam um grilo fenecido.
Dor onde outras já urdiram permanências,
calombos e assomos de um mortejar inda longe mas certo.
A roda evém girando e é sempre o mesmo rodar de dantes;
Embora o juízo das coisas vão deferençando o óbvio.
Réstias de ideias safadosas vão desbotando num canto
onde antes ululavam pegajosa meninice.
O apreceio trasmuda em cor e descor
em lusco fusco, em querer e desquerer.
É preciso acostumância com o batido
levar somente a traia que enche o bucho,
o demais deixar pra quem tem carregadura mais moça,
que mula velha enjeita cela e serventia.

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