quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O desconforto de ser.(palavras são coisas inúteis)

Padeço da moléstia de todos os homens:
Da vaidade do saber, do possuir, do ser.
Ha! Quão míseros somos em existir!
Como seria bom não precisar de reconhecimento,
de afeto, de aplausos, de nada externo.
Mas isso em si já é ambicioso e mesquinho.
Quanta altivez em nossa humildade.
Quanto lixo em nossas posses...
Coisas de metal, madeira e outras telúricas
que nos fazem tão felizes e completos.
Ela própria não reclama seus direitos, aquiesce simplesmente.
Nós possuímos tudo, e há sempre alguém menor que a gente mesmo.
Isso é vergonhoso e reconfortante.
Mas é bom saber que tudo tem um fim.
Que vamos ascender ao nada, à inexistência.
Tudo o que escrevemos, lemos, amamos
tudo, tudo, tudo, tudo vai queimar até extinguir-se.
Até ficar só o som doce do crepitar
e subiremos como fagulhas breves...

Nenhum comentário:

Postar um comentário